Um destes dias, estava eu a vasculhar o baú das minhas memórias quando deparo que entre outras relíquias, se encontrava esta fotografia do Afonso !
Penso que esta fotografia deve ter uns 45 anos mais ou menos, mas não me recordo como ela me veio parar às mãos, pois já não o vejo talvez há uns 40, 45 anos !
Esta fotografia deve ter sido tirada quando ele foi à inspecção, sendo ele da idade do Angelo, terá agora 65 anos mais ou menos.
Ele é mais velho que eu, mas ainda chegamos a brincar nos montes de Chambelho, brincando quase sempre nos Rechães, a jogar a bilharda, o pião, o botão, e tambem à bola, mas descalsos, sendo a bola feita de farrapos.
Tantas histórias que ficarão por contar, tanto dos companheiros de Vila Nova, da Portela, dos Salgueiros, da Barroca, do Barreiro, da Ranha, de Montão, do Sardal e de Rio Mau !!!
Desejo que o Afonso e famila estejam bem, assim como as irmãs que eu também conhecia.
Ainda espero qualquer dia encontrar por aqui algum companheiro ou companheira da minha infância passada em parte no campo e nos montes em chambelho, da doutrina e da escola primária.!!!
2 comentários:
Pena é que só tu, eu e poucos mais, recordemos a nossa infância evocando os companheiros e as brincadeiras desse tempo! Será que os sentimentos que toca a uns são indiferentes a outros? Será que os que ainda vivem e, felizmente, ainda são quase todos, não têm um único familiar, que seja porta-voz das mensagens que eles não sabem escrever neste espaço? sendo certo que os que o dominam actualmente e muitos são, podiam fazer suas as palavras dos outros. Aliás, esta nova geração pode não saber coisas úteis e necessárias, mas disto percebem eles. Agora, o que deve é usar a sua sabedoria ao serviço dos outros. Só assim será digno dela.
Neca, pressinto que, quando tu faltares, este espaço vai-se calar definitivamente e ninguém falará de ti, quanto mais das pessoas que tu vais lembrando com amizade e saudosismo!
Da minha experiência, e sei do que estou a falar,com excepção de uma pequena percentagem, os jovens não gostam dos idosos e nem tão pouco os respeitam. Chamam-lhes de velhos, com desdém, como se fossem coisas sem valor, esquecendo-se de que eles próprios, se não morrerem de acidente ou de doença, de velhos não escapam. E, nessa etapa da vida também hão-de ter todas, todinhas, as características que identicaram os que já foram, vindo também a ser os "cotas", os enrugados, os babados, os mal-cheirosos, com expectorações abundantes e espessas.
Quanto ao Afonso, a forma de o lembrar agora, é rezando por sua alma, uma vez que faleceu há uns anos. Não tenho pormenores, mas sei que aconteceu. Foi bem primeiro que a mãe, visto que ainda vive, mas num estado vegetativo.
A vida, por vezes, é muito madrasta.
Bem haja, por ter criado este blog, e acima de tudo por ter lembrado o meu tio Afonso!
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