Mensagem de um velhinho

sábado, 31 de dezembro de 2011

PASSAGEM DE ANO EM TEMPO DE GUERRA COLONIAL: Do livro de memórias.










Faz hoje 41 anos que eu e o meu primo FERNANDO PEREIRINHA nos encontravamos segundo diziam a defender a PÁTRIA, involuntários Combatentes da mais sangrenta Guerra Colonial ou Guerra do Ultramar, em terras da Guiné Bissau na Cidade de Bafatá.




Penso que estariamos a almoçar ou a jantar no ultimo dia do Ano de 1970 no Restaurante a Transmontana, ou no Café das Libanesas, se a memoria não me atraiçoa.




Recordo-me, que ainda era considerado um Piriquito, pois tinha chegado a Bafatá na manhã do dia 25-10-1970 por volta das 8,30 horas, e ainda não tinha recebido o BAPTISMO DE FOGO, pois este foi recebido no Ano seguinte já eu estava colocado definitivamente em NOVA LAMEGO onde iria cumprir OBRIGATORIAMENTE dois anos de comissão de serviço militar.




Penso também que esse dia 25-10-1970, foi o dia de casamento do meu irmão Angelo, (coincidência). O meu irmão Angelo regressou da Guerra de Angola no dia 16-09-1970, estava eu, o futuro sogro com o táxi e futura mulher à espera dele em Lisboa e regressamos de táxi todos a Arouca, tendo eu de regressar novamente para Lisboa no dia seguinte, 17-09-1970, pois tinha de embarcar para a Guerra da Guiné no dia 18-09-1970, tendo desembarcado em Bissau na manhã do dia 24-09-1970, coincidências.!!! Minha pobre e doce MÃE!!! Ainda hoje não sei como o teu coração foi capaz de resistir a tanta dor e a tanto drama!!!




PARA TODOS OS QUE POR AQUI TÊM PASSADO, NÃO ESQUECENDO A MAIS ASSIDUA COMENTADORA MINHA MANA LURDES ASSIM COMO A MAIS RECENTE VISITANTE, A (BELA) DOS SALGUEIROS NOSSA PRIMA, DESEJO-VOS A TODOS E A TODAS DO FUNDO DO CORAÇÃO, UM PRÓSPERO ANO DE 2012.

sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL EM TEMPO DE GUERRA COLONIAL - Do Livro de memórias.

Faz hoje precisamente 41 anos, que eu me encontrava a cumprir serviço militar (OBRIGATÓRIO) na Provincia da Guiné, ou seja na cidade de Bafatá.



Digo serviço militar obrigatório, porque ainda sou daqueles que foi para a guerra obrigatoriamente defender não sei bem o quê nem para quê, e não para ganhar dinheiro como vão agora VOLUNTARIAMENTE os militares Portugueses, igualando-se por isso aos ditos mercenários de guerra. Digo mercenários porque se oferecem como voluntários a troco de bons salários e porque hoje nenhum homem Portugês é obrigado a ir para a Guerra seja ela em que país for. É uma verdade que muita boa gente terá de engolir como quem engole sapos vivos, quando dizem que vão defender esta ou aquela nação deste ou daquele ditador, deste ou daquele regime. Eu lembro a esses voluntariosos, que a GUERRA COLONIAL OU GUERRA DO ULTRAMAR, nunca acabará para aqueles que de uma maneira ou de outra se bateram em combate OBRIGATORIAMENTE, deixando-lhe as marcas mais profundas no corpo e na alma para o resto das suas vidas, e, em muitos casos também às próprias familias.



Foi o primeiro Natal que eu passei longe da minha familia, e em pleno teatro de guerra colonial, não admira portanto que estejamos todos de garrafa na mão, pois só o álcool nos fazia esquecer as tremendas saudades da familia.



Já lá vão 41 anos.......!!!!






Para quem não sabe, o pessoal desta fotografia eram considerados a tropa de elite. È composta por Radiotelegrafistas arma a que eu pertencia, Operadores de Mensagens e Operadores Criptos. Ainda sei o nome deles quase todos, espero e desejo que todos eles ainda sejam vivos e estejam de boa saude.