Recordo saudosamente o tempo mais remoto, ou seja: aquele em que nem o caminho entre a nossa casa e a da Senhora Amélia, mãe da Adília que está nesta fotografia, impedia que fôssemos vizinhos tão próximos na amizade e na disponibilidade. Éramos tão amigos que bricávamos juntos e, no Natal, depois da ceia da consoada, visitávamo-nos uns aos outros. Quem fosse no Natal, no Ano Novo recebia os outros na sua casa. E, no ano seguinte, invertia-se o costume. Quem visitava, levava sempre iguarias, típicas dessa noite, que tivesse feito na sua casa. Quem recebia, partilhava do que também fizera. E, assim, convivíamos alegremente as festas natalícias. Íamos pela noite dentro cavaqueando, gargalhando e jogando cartas, sobretudo ao burro. E não faltavam batoteiros! Então o Senhor Domingos!.................. Demo-nos sempre muito bem. Fomos vizinhos muito unidos. Houve em 1957 uma gripe Asiática que, para além de ceifar muitas vidas, deixou famílias inteiras doentes e à mercê dos que não a contraíram. Lembro-me ainda de que só a Senhora Amélia é que escapou à peste e, por isso, cuidava da casa dela e da nossa. Foi uma atitude generosa que nunca vou esquecer. Muito mais tarde, cada um dos filhos destas duas famílias foi-se arrumando e, a Senhora Amélia, por sua vez, deixou sua casa, indo viver para outra, perto da capela de Montão. Em partilhas a casa que deixou junto da nossa, tocou à Adília casada com o Gomes. Mantive-me eu mais ligada a eles, porque meus irmãos casaram, minha mãe foi para Lousada, a Madrinha faleceu e durante muitos anos vivi aí, sempre amigos, até ao dia em que, por conveniência do meu trabalho, comprei um apartamento em Cinfães e, desde então, é aqui que vivo. No entanto, nossa amizade não se rompeu. Não nos vemos muitas vezes, embora a distância entre nós seja só de 15km, mas vamos sabendo uns dos outros. Deixo aqui um beijinho para essa família extraordinária que privou tantos momentos comigo, minha mãe, madrinha e meus irmãos.
Sim, com orgulho apresento: os MEUS PAIS!!! :) Sim Lula, muito presente em nossas vidas, no dia-a-dia, nas alegrias e tristezas porque amizade é mesmo assim... Uma entrega total! Um beijo de todos porque estão sempre no nosso coração e orações...
2 comentários:
Recordo saudosamente o tempo mais remoto, ou seja: aquele em que nem o caminho entre a nossa casa e a da Senhora Amélia, mãe da Adília que está nesta fotografia, impedia que fôssemos vizinhos tão próximos na amizade e na disponibilidade. Éramos tão amigos que bricávamos juntos e, no Natal, depois da ceia da consoada, visitávamo-nos uns aos outros. Quem fosse no Natal, no Ano Novo recebia os outros na sua casa. E, no ano seguinte, invertia-se o costume.
Quem visitava, levava sempre iguarias, típicas dessa noite, que tivesse feito na sua casa. Quem recebia, partilhava do que também fizera. E, assim, convivíamos alegremente as festas natalícias.
Íamos pela noite dentro cavaqueando, gargalhando e jogando cartas, sobretudo ao burro.
E não faltavam batoteiros! Então o Senhor Domingos!..................
Demo-nos sempre muito bem. Fomos vizinhos muito unidos.
Houve em 1957 uma gripe Asiática que, para além de ceifar muitas vidas, deixou famílias inteiras doentes e à mercê dos que não a contraíram. Lembro-me ainda de que só a Senhora Amélia é que escapou à peste e, por isso, cuidava da casa dela e da nossa.
Foi uma atitude generosa que nunca vou esquecer.
Muito mais tarde, cada um dos filhos destas duas famílias foi-se arrumando e, a Senhora Amélia, por sua vez, deixou sua casa, indo viver para outra, perto da capela de Montão. Em partilhas a casa que deixou junto da nossa, tocou à Adília casada com o Gomes.
Mantive-me eu mais ligada a eles, porque meus irmãos casaram, minha mãe foi para Lousada, a Madrinha faleceu e durante muitos anos vivi aí, sempre amigos, até ao dia em que, por conveniência do meu trabalho, comprei um apartamento em Cinfães e, desde então, é aqui que vivo.
No entanto, nossa amizade não se rompeu. Não nos vemos muitas vezes, embora a distância entre nós seja só de 15km, mas vamos sabendo uns dos outros.
Deixo aqui um beijinho para essa família extraordinária que privou tantos momentos comigo, minha mãe, madrinha e meus irmãos.
Sim, com orgulho apresento: os MEUS PAIS!!! :)
Sim Lula, muito presente em nossas vidas, no dia-a-dia, nas alegrias e tristezas porque amizade é mesmo assim... Uma entrega total!
Um beijo de todos porque estão sempre no nosso coração e orações...
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