Mensagem de um velhinho

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

LÁ CHEGARÁ ESSE DIA !!!


1 comentário:

Maria de Lurdes Campelo de Sousa Rodrigues disse...

Depois de tanto tempo ter passado sem deixar comentários e nem sequer ter vindo dar uma espreitadela a ver se alguma alminha generosa tinha deixado ficar algum, venho eu aqui hoje. Nem sei o que vou dizer, tão desnutrida anda a minha inspiração!... Razões várias e justificáveis tenho tido para assim me sentir, mas como seria um desperdício de tempo estar a mencioná-las!... porque, a fazerem alguma moça a alguém é só a mim que ela dói e marca, uma vez que a sensibilidade pelos problemas alheios deixou de fazer sentido na vida comum dos mortais e, é por isso que, cada vez menos, as pessoas se preocupam se o outro caiu a um fundo de poço, se de lá saiu, ou se ficou mergulhado sem força para voltar. Cada um se vai dobrando para o seu umbigo e só vê o que é seu. Veja-se que até o seu olhar de compaixão, de piedade, de misericórdia, de clemência pelos outros se reduziu! Sabes, ficou um olhar achinesado!... Mas, ai de nós, se o nosso olhar para o outro não for, mais aberto do que rasgado e mais penetrante do que superficial como é o dos chineses, capaz de nos mover, de nos empenhar e de nos comprometer com os outros até à obrigatoriedade dos deveres humanos e sociais, pelo menos estes, que todos temos de cumprir, quando vemos alguém sofrer, seja do que for, então, nem somos cristãos, nem somos amigos, nem somos solidários, nem somos cúmplices das mesmas causas, que terão de ser sempre nobres, obviamente, nem somos úteis e nem prestáveis... somos apenas cobardes, porque temos medo do “olhar intimista” de quem precisa de nós. E já agora, porque não dizê-lo, impressionaram- me as tuas palavras no “Lá chegará esse dia” que traduzem mágoa, agonia, solidão, vazio interior e silêncios assumidos. Li-as, reli-as, interiorizei-as, e auto revi-me nesse fim de um caminho que muitos ignoram e sabem lá, se não será o caminho do fim deles? Por isso, querido irmão, quero que saibas que não estás sozinho nesta empreitada de desânimo, de desinteresses, de preocupações simultâneas, de desilusões, de fracassos e de desconforto. Estendo-te a minha mão carinhosa e generosa que te ajudará até onde eu puder ir, porque não quero, nem devo deixar-te no sufoco de um poço sem fôlego e sem força para vires ao meu encontro. Poderás sempre contar comigo, mesmo que seja como o pilar seguro para te apoiar nas consultas privadas e um ombro fraternal onde possas encostar e aí encontrares as respostas que precisas para as tuas interrogações, tantas vezes, atiradas para o porquê, porquê, porquê. Beijinhos da tua querida irmã Lurdes.