Maria de Lurdes Campelo de Sousa Rodrigues
disse...
Não poderia deixar de comentar a foto onde estão os cinco botões de rosa que brotaram da mais linda e perfumada do mundo, a nossa mãe. A propósito de botões de rosa, no dia 3 de Março de 2007, data do meu aniversário, recebi o seu último postal, porque em Julho seguinte falecia inesperadamente. Agrada-me registar aqui o que ela escreveu nele. Curiosamente era um postal já meio velho, se calhar não tinha outro e, como era uma mulher muito, muito poupada, serviu-se do que tinha à mão. Guardo-o religiosamente. É como uma relíquia. Também, haveria de me tocar alguma coisa!!! Portanto, no rosto do postal há cinco botões de rosa e há uma aberta. No verso do mesmo diz assim: "Querida filha: "Vai este postal que, por ser pequeno e idoso, tem um um duplo significado: é uma rosa que cresce para o Infinito e porque toca a Deus é obra da Sua criação. Pareço-Te bela? Ainda estou a desabrochar: Olha os meus filhos à minha volta; caminhamos no mesmo rítmo, abençoa-os". Uma linguagem tão rica de sentido, como de resto, era seu apanágio utilizá-la em outras ocasiões!!! Guardo também uma das suas agendas, porque sei que outras teve ao longo da vida, que contém descriçoes detalhadas de despesas e as respetivas somas. Apontava tudinho. Queria saber para onde ia o dinheiro dela, e tão pouquinho era, dizendo que quem vive sem contas vive sem honra, embora os seus filhos, em momento algum, se intrometessem nas suas contas pessoais. Aliás, consideravam desnecessária essa preocupação exagerada de se autocontrolar. Encontrei na dita agenda, em uma das páginas um apontamento que data de 2002: " O Dom da Vida". «Em 1944, no dia 28 de Abril, há 58 anos, fui mãe pela primeira vez. Então, comecei a amar, a amar, a amar, um amor que não tem peso»! Que manifestação de amor maternal! Que preenchimento sentido da sua maternidade! É tão lindo ter deixado aos filhos esta expressão de loucura! Daquilo que conheço dos meus irmãos, tenho a certeza absoluta de que nenhum de vós porá em dúvida ou se questionará sobre a entrega, a disponibilidade, a dedicação e o desvelo que nossa mãe não tenha suprido. O modo como nos tratou revela claramente que nada deixou por fazer quanto aos deveres que haveria de cumprir. Por isso, em jeito de conclusão deste comentário aproveito para dizer: és o meu ídolo minha mãe. Estás no meu coração e não me cansarei enquanto viver de evocar o teu nome e agradecer-te pela grandeza do teu amor e pela forma igual como o dividiste por cada um de nós. Vem aí o dia 6 de Abril. Farias 91 anos se vivesses fisicamente connosco. De todo o modo, parabéns Mãe.
1 comentário:
Não poderia deixar de comentar a foto onde estão os cinco botões de rosa que brotaram da mais linda e perfumada do mundo, a nossa mãe. A propósito de botões de rosa, no dia 3 de Março de 2007, data do meu aniversário, recebi o seu último postal, porque em Julho seguinte falecia inesperadamente. Agrada-me registar aqui o que ela escreveu nele. Curiosamente era um postal já meio velho, se calhar não tinha outro e, como era uma mulher muito, muito poupada, serviu-se do que tinha à mão. Guardo-o religiosamente. É como uma relíquia. Também, haveria de me tocar alguma coisa!!!
Portanto, no rosto do postal há cinco botões de rosa e há uma aberta. No verso do mesmo diz assim: "Querida filha: "Vai este postal que, por ser pequeno e idoso, tem um um duplo significado: é uma rosa que cresce para o Infinito e porque toca a Deus é obra da Sua criação.
Pareço-Te bela? Ainda estou a desabrochar: Olha os meus filhos à minha volta; caminhamos no mesmo rítmo, abençoa-os". Uma linguagem tão rica de sentido, como de resto, era seu apanágio utilizá-la em outras ocasiões!!!
Guardo também uma das suas agendas, porque sei que outras teve ao longo da vida, que contém descriçoes detalhadas de despesas e as respetivas somas. Apontava tudinho. Queria saber para onde ia o dinheiro dela, e tão pouquinho era, dizendo que quem vive sem contas vive sem honra, embora os seus filhos, em momento algum, se intrometessem nas suas contas pessoais. Aliás, consideravam desnecessária essa preocupação exagerada de se autocontrolar. Encontrei na dita agenda, em uma das páginas um apontamento que data de 2002: " O Dom da Vida". «Em 1944, no dia 28 de Abril, há 58 anos, fui mãe pela primeira vez. Então, comecei a amar, a amar, a amar, um amor que não tem peso»!
Que manifestação de amor maternal!
Que preenchimento sentido da sua maternidade! É tão lindo ter deixado aos filhos esta expressão de loucura!
Daquilo que conheço dos meus irmãos, tenho a certeza absoluta de que nenhum de vós porá em dúvida ou se questionará sobre a entrega, a disponibilidade, a dedicação e o desvelo que nossa mãe não tenha suprido. O modo como nos tratou revela claramente que nada deixou por fazer quanto aos deveres que haveria de cumprir.
Por isso, em jeito de conclusão deste comentário aproveito para dizer: és o meu ídolo minha mãe. Estás no meu coração e não me cansarei enquanto viver de evocar o teu nome e agradecer-te pela grandeza do teu amor e pela forma igual como o dividiste por cada um de nós.
Vem aí o dia 6 de Abril. Farias 91 anos se vivesses fisicamente connosco. De todo o modo, parabéns Mãe.
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