Mensagem de um velhinho

sexta-feira, 16 de julho de 2010

GALEIRA - Rio Mau


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Maria de Lurdes Campelo de Sousa Rodrigues disse...

Nesse amontoado de pedras agora visível, viveu o casal, Álvaro de Sousa e Arminda Machado, meus avós paternos.
Para ser franca, lembro-me mais dos meus avós maternos, apesar de muito criança, quando ambos faleceram, do que me lembro dos outros, embora fosse já adolescente.
Da casa deles reduzida que está a pedras, umas ainda de pé, outras, já soltas da estrutura arruinada e entulhadas nas silvas e no mato, que povoam o interior das paredes, resta-me apenas uma vaga e ténue ideia.
Na sala principal,que geminava com outra,existiam duas ou três camas. Recordo também a cozinha que mais parecia uma masmorra do que um espaço digno onde devia haver o mínimo de conforto. Ainda não esqueci o moinho de que tomaram conta e do pão que nunca faltou em casa. Decorrente desse modo de vida, alguma sorte fomos tendo nós, os netos de Montão com as côdeas que nos davam, depois de as mendigarmos.
Do dito moinho, situado junto ao ribeiro, constava uma saleta que albergava os cereais: milho, centeioe trigo e que tantas vezes serviu de quarto aos dois atentos vigilantes, que pela noite adentro procediam à faina da moagem e da respectiva reposição.
Foi, seguramente, espaço de luta e meio de sobrevivência, mas foi também um cantinho que facilitou amores e desamores.
Quem não se lembra do namoro da tia Maria com o Sr. Cândido?
O que escrevo, deixo, pois, à consideração da vossa memória.
Aos meus avós desejo que estejem na paz de Deus.