Tão simples quanto o foi a sua vida! Uma vida digna, mas castigada pela exigência do campo, nomeadamente quanto ao levantar cedo, à sujeição do calor, do frio, da chuva, etc. A agricultura foi a base da sua subsistência e da família. Render-se aos patrões, dando-lhes o lucro máximo do que a terra dava e tratando-os com uma educação acima do comum, pelo menos desfasada do uso e costume actual, era apanágio de todos os caseiros. De chapéu na mão e vergados até aos joelhos, carregavam até à porta dos "comedores" os ovinhos que as galinhas punham, os franguinhos que as mesmas chocavam e os lombos que o porco (a) tinha. Para os servos bons e fiéis restava apenas a carne gorda, o milho, o feijão, o vinho, e algum ganho do gado que vendiam, segundo uma medida não justa, mas imposta pelos patrões. Só que o que foi, deixou de ser. Porque, hoje, são os patrões que adulam os caseiros. Eles nem querem nada do que a terra produz! E mais: pagam até os ingredientes para o vinho e o caseiro é que o colhe e bebe. E para não ficarem com a terra de velho obedecem às ordens dos caseiros sob pena de os próprios donos nem poderem colocar os pés no que é seu, porque quem manda são os outros e para despedi-los da terra, lá terão os verdadeiros donos de, legalmente, os indemnizar! Os tempos mudaram e mudou-se o contexto da situação, parecendo que a terra é mais de quem a faz do que de quem pertence. O quadro social também se reflecte na agricultura ou pensam que é só o político e o económico que dão cartas?
1 comentário:
Tão simples quanto o foi a sua vida! Uma vida digna, mas castigada pela exigência do campo, nomeadamente quanto ao levantar cedo, à sujeição do calor, do frio, da chuva, etc. A agricultura foi a base da sua subsistência e da família.
Render-se aos patrões, dando-lhes o lucro máximo do que a terra dava e tratando-os com uma educação acima do comum, pelo menos desfasada do uso e costume actual, era apanágio de todos os caseiros.
De chapéu na mão e vergados até aos joelhos, carregavam até à porta dos "comedores" os ovinhos que as galinhas punham, os franguinhos que as mesmas chocavam e os lombos que o porco (a) tinha. Para os servos bons e fiéis restava apenas a carne gorda, o milho, o feijão, o vinho, e algum ganho do gado que vendiam, segundo uma medida não justa, mas imposta pelos patrões.
Só que o que foi, deixou de ser. Porque, hoje, são os patrões que adulam os caseiros. Eles nem querem nada do que a terra produz! E mais: pagam até os ingredientes para o vinho e o caseiro é que o colhe e bebe. E para não ficarem com a terra de velho obedecem às ordens dos caseiros sob pena de os próprios donos nem poderem colocar os pés no que é seu, porque quem manda são os outros e para despedi-los da terra, lá terão os verdadeiros donos de, legalmente, os indemnizar!
Os tempos mudaram e mudou-se o contexto da situação, parecendo que a terra é mais de quem a faz do que de quem pertence.
O quadro social também se reflecte na agricultura ou pensam que é só o político e o económico que dão cartas?
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